28 de julho de 2016

Interlúdio

O sangue que escorre do altar ao chão
E sai lento de dentro do corpo do sacrifício
Escorre por pouco tempo, por pouco menos que 5 meses, espero
E os deuses observam por algum tempo logo antes
De se voltarem a outras coisas
E o templo esvazia, enquanto as bordas mais espessas
Preenchem o marfim do altar
E as bordas menos espessas vão secando à espera
Je t’attends
Quatro patas, algum desejo, e um uivo que ecoa
Pela pele dos fracos, dos que choram, dos mesmos
Que evitam, e o riso que habita o espaço entre bocas
E o sangue do selvagem espera
Novamente o ardor de dedos
O verso é inevitável, mas o sacrifício aguarda
E a espera é real, apesar de não termos tanta certeza
A cada vez que dormimos e acordamos