Assisto um minuto a mais. Minha certeza se torna fumaça e sai lenta pela sua boca. Uma palavra passa pela parede, pergunto por quê. Paro pouco para pensar.
Não danço, se um dia dancei, não me lembro bem. Sei que haviam passos e um padrão nos movimentos. Dedos tocavam dedos e dedos e dedos e dedos e não sei se era só imediatez, luxo radioso de sensações, mas ainda assombra. Sombras na grama se tocavam quando na verdade não, às vezes. Não havia uma perspectiva pura e meu reflexo tenta se endireitar. what's so funny?
Foi o que ele disse quando eu estava sentada direito
That's what he said when I was sittin' up straight
Tenho medo da morte mas dirijo sem olhar para frente. Não entendo porque as coisas parecem coerentes. A história beira o didático, mas precipício. Devo admitir que gosto do vento no rosto. E dedos em dedos. Ódio desconstruído em odes. Se lembra?
Me lembro bem, não o suficiente, mas suficiente para o acidente na estrada, e talvez seja isso o suficiente. Assine abaixo caso ciente do caso. Não houve, mas estou disposta. Já não me importa muito. Quero ceder ao naturalismo.
– o que você ia falar, ?
Não respondi.
