Mas duas cabeças vêm seguidas de longos pescoços
Os sons
Mastiga-me
Por trás da almofada
Qual a parte real
Urram os ecos em cada ouvido
Urram e cospem fogo
Lentas, as lágrimas desenrolam-se por dentro
E calcificam- se em meu estômago
Exangue, não lembro mais para
Não afogar
Mas só o ouvido submerso
Talvez as mãos
Não sangrar
Fui removida e reposicionada
Uma plástica
Me corre lama nas veias
E lama nos olhos
E lama escorre entre as pernas
E pescoço, bochecha, nariz, chão
Lama entre dedos
Gozo sujo olhos fechados mesmo no escuro
Topo tudo
Todo
Por dentro das pálpebras
Coloco de volta o brinquedo que não meu na prateleira
Mas me segue
Comendo meus cadáveres
