ainda não à noite e aguardando inquietos os corpos em quartos um em cada
e a voz angustiada já num estágio incômodo de tantas vezes se repetir.
ainda não à noite e os corpos vivem nos resquícios de sombra de um mundo quase cru
quase só corpos e um vivendo à sombra do outro.
e ainda não à noite para os que vivem dela e da certeza que se veste dúvida,
ainda não para os corpos ainda não crus e tão promíscuos
quanto a mão que se arrasta por qualquer lateral que ao menos outra.
ainda não ao odor que sai das bocas desde ontem que na verdade alguns ontens atrás.
duas manchas claras
e diz a voz do mundo "mas isso não é noite"
e a diz a voz dos corpos "não ainda" em um uníssono calmo ainda que angústia.
dois corpos que não se sabe se dois ainda
não ainda noite para as línguas que gritam guerra à luz
senão a mancha branca.
35mm |