18 de março de 2016

Sem Título 14#

Sós, o mesmo corpo se mexe não o mesmo
E o nó tão forte me desata os dedos
Ainda habita o corpo não o mesmo
A mesma problemática ascética
Vaga agora lenta, mas vaga
E fica um, o sacrifício, sofre sem dor
Sofre o desperdício de que . .
Instrumento que não soa mas funciona
Tão bem no escuro (eco de outro
poema)
[não que dEUs também não morra todo dia]
Costura a carne ao cobertor o que se oculta
Folhas flutuam
Há de se ouvir ranger o lápis que escreve ao lado
Há de se entender o que diz
Será que está esquecendo
?
A argila seca e o formato grotesco que fica
Serve de guia, os dedos passam na linha do
Contorno, tem febre
Fica dentro ainda, enquanto assassina,
Servindo de estímulo à ode da distância
Alimenta-se o monstro no pescoço do não-
Amante
O êxtase distante, duas mãos, é evidente
Há tanto tempo
Espero
Que teu corpo de água mais fraterno

Se estenda imóvel sobre o meu
Foi sonho [junho] sim
Ainda c o r p
os em ó c u l
os na estrada
   em a
      a


a noite abriga
habito o contraste


35mm