Quero nunca o conhecer
E sem conhecê-lo permanecerá
Essa inexistente presença que me limita
as mãos.
Quero a impossibilidade das mãos minhas
E culpar-me pelo imóvel.
Não toco o rosto porque não sei como
E não há o que me segura os dedos.
Mas segura, e a música permanece muda
Enquanto tento entender o movimento
O princípio do movimento que surge
Num impulso. Quando involuntário. Mas
Voluntário.
E vivo pela energia de espasmos que me leva
de sala em sala
Minha vontade epiléptica, não eu.
Minha vontade epiléptica não se
define ao rosto que não vejo
E não posso levantar o pulso
Não ouso senão pensar o toque
Que arde e suporto apenas até o último tendão
Que rompe
Fragmentos de mim terminam por despedaçar-me
E despedaçam também o rosto do que nunca vi
Em pedaços que levo no bolso
